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Você sabe o que é letramento financeiro?

O letramento financeiro é o grau de domínio das competências financeiras, isto é, segundo a OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que é uma organização econômica intergovernamental com 38 países membros, fundada em 1961 para estimular o progresso econômico e o comércio mundial, o conhecimento e o entendimento de conceitos de finanças e riscos e a capacidade, motivação e segurança para aplicar esse conhecimento para tomar decisões em diferentes contextos financeiros, para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos e da sociedade e para permitir a participação na vida econômica.







O conceito de letramento financeiro varia muito de acordo com os pesquisadores, grupos e áreas em que são aplicados. Cabe destacar que não muda apenas a definição, mas também a natureza do conceito, já que por vezes ela pode ser definida como:


· uma forma de conhecimento;

· uma forma e/ou um conjunto de habilidade;

· comportamento e/ou atitudes;

· medidas; e/ou

· experiências.


O grande interesse em letramento financeiro provavelmente surgiu, segundo o wikpédia, após a crise financeira do sub-prime em 2008, no qual um dos gatilhos foi o endividamento de parte da população que possuía baixo nível de educação formal, baixo letramento financeiro e não possuía garantias suficientes para honrar seus compromissos.

A data coincide também com a criação do INFE - International Network on Financial Education, pela OCDE, mostrando que este ano foi um período de preocupação global pela Educação Financeira. E passou a ter cada vez mais importância, principalmente política e econômica, principalmente após reivindicação dos líderes dos países do G-20, em 2013, para que a OCDE criasse iniciativas para estimular o assunto ao redor de todo o mundo. E isso só foi a gota d’água, pois a complexidade da estrutura social e dos mercados financeiros já estavam crescendo há tempos, principalmente desde a década de 90, o que impactou a forma como o cidadão comum passou a lidar com o mundo, estes cidadãos passaram a ter a necessidade de administrar seus recursos em um ambiente global, com ampla oferta de produtos financeiros cada vez mais sofisticados.

Pessoas com maior letramento financeiro conseguem se aposentar com até três vezes mais renda do que as demais pessoas, e isso é uma melhora significativa na qualidade de vida e na segurança financeira de uma pessoa. Em contrapartida, a ausência do letramento financeiro está associada negativamente a indivíduos (alto nível de endividamento) e países (baixo nível de capital, má distribuição de renda e menor produtividade).


O desempenho brasileiro em Letramento Financeiro, no exame de 2015 do PISA - Programa Internacional de Avaliação de Alunos, foi o pior dentre 15 países que realizaram a prova.

Boa parte dos estudantes brasileiros (53,3%) foram avaliados como sendo abaixo da faixa 2 (mínimo adequado definido pela OCDE), isto é, eles não seriam capazes de fazer, por exemplo:


· aplicar o conhecimento de produtos, termos e conceitos de finanças comumente usados;

· tomar decisões (financeiras)em contextos que são relevantes para eles;

· reconhecer o valor de uma simples despesa;

· interpretar características proeminentes de documentos financeiros do cotidiano; e

· aplicar operações básicas, incluindo divisão, para responder a questões financeiras.


Segundo o INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, os estudantes socioeconomicamente favorecidos (aqueles entre os 25% de nível socioeconômico mais alto) obtém 78 pontos a mais em letramento financeiro do que estudantes socioeconomicamente desfavorecidos, equivalente a mais de um nível de proficiência (faixa 2 ou 3), bem próximo da média da OCDE.

De acordo com os resultados, no Brasil a Educação Financeira ocorre mais frequentemente fora (52,3%) do que dentro (36,4%) da escola. O mais interessante é que os alunos que tiveram melhor desempenho (CF 3, 4 ou 5) foram os que menos relataram a realização de aulas ou cursos sobre educação financeira.

Em 2014, o Ministério da Educação e Cultura iniciou a elaboração da Base Nacional Comum Curricular - BNCC, com o objetivo e as características de um documento normativo que trouxesse os conhecimentos mínimos necessários para o desenvolvimento de competências gerais almejadas para o pleno exercício da cidadania, para adaptação ao mundo do trabalho e para a solução de questões cotidianas, de forma plena, por toda a população brasileira.

A BNCC incluiu a educação financeira entre os temas transversais que deverão constar nos currículos de todo o Brasil. É o que institui o documento, homologado pelo Ministério da Educação – MEC, em dezembro de 2017. O parecer do Conselho Nacional de Educação - CNE, diz que as redes de ensino pública e particular devem estar adaptadas em 2020, implementando as aprendizagens essenciais sobre finanças, pois o ensino dessa competência é obrigatório.

As ações da ENEF, que eram coordenadas pela Associação de Educação Financeira do Brasil - AEF-Brasil, foi convocada pelo MEC para disponibilizar materiais e cursos para preparar os professores e, com isso, viabilizar a implementação da educação financeira nas escolas.

A BNCC trata da Educação Financeira e do consumo nas disciplinas de Língua Portuguesa, Arte, Língua Inglesa, Matemática, Geografia e História. Em Língua Portuguesa, uma das habilidades elencadas prevê que os estudantes aprendam a ler e compreender, com autonomia, boletos, faturas e carnês. Já em Ciências Naturais, a BNCC destaca, dentre outras, habilidades relacionadas ao cálculo do consumo de energia elétrica de eletrodomésticos e a avaliação do impacto do uso no orçamento mensal da família.

Tais habilidades têm o potencial de impactar positivamente a saúde financeira do cidadão. A promoção da Educação Financeira pode gerar empoderamento, já que o cidadão consciente e esclarecido quanto ao dinheiro e seu uso tem mais oportunidades e conhecimentos para, possivelmente, administrar seus recursos de forma consciente e sustentável. Tais mudanças não dependem apenas da utilização de planilhas e calculadoras, mas também do desenvolvimento de novos hábitos, comportamentos e valores.

A educação financeira na escola pode prepará-las, por exemplo, ensinando-as a elaborarem suas planilhas individuais de gastos mensais, pois assim está estimulando-as na tomada de decisões, formando cidadãos capazes de controlar suas receitas e despesas, sendo indivíduos éticos e responsáveis.

Interessante né pessoal?! Devemos pressupor que ao abordar a educação financeira nas escolas na infância, abre-se a possibilidade de atingir diversos segmentos da população, pois assim os alunos provavelmente discutirão estes conteúdos em casa, com as suas famílias,

Nesse sentido, visto que a educação financeira é o processo de transmissão de conhecimentos financeiros, o letramento financeiro é o principal resultado da educação financeira, e indica o grau de instrução financeira de cada indivíduo.





Esperamos que você tenha gostado das nossas dicas!

Atenciosamente,

Equipe do Box Financeiro







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1 Comment


jose nilo Carneiro
jose nilo Carneiro
Nov 22, 2023

Isso é muito importante para a sociedade em geral, deveria ser matéria desde o ensino fundamental.

Parabéns !

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