Também denominada de Transtorno de Acumulação, ‘Síndrome de Diógenes’ ou de Disposofobia (na língua inglesa são chamados de Hoarders), trata-se de pessoas que apresentam uma necessidade incontornável de acumular: coisas, objetos, animais, sendo que sempre extrapolando o limite do razoável, uma vez que chegam a situações peculiaríssimas e graves nas quais o armazenamento perde uma função pretensamente utilitária e específica e redunda numa inegociável e irreversível dimensão.
Diógenes de Sinope foi um filósofo grego antigo (404 á 323 A.C.), também conhecido como ‘Diógenes, o Cínico’, que era adepto de um minimalismo radical.
Defendia a ideia de que se deveria ter o mínimo de posses possível e era conhecido por usar um barril como casa. O epônimo acaba por se mostrar inadequado, pois acumuladores acumulam bens ao invés de viverem de forma minimalista. Entretanto, o acúmulo de bens de utilidade duvidosa acaba por de fato tornar a vida destes precária e limitada.
Outro epônimo referente à acumulação é a Síndrome de Noé que se caracteriza pelo acúmulo de animais, neste caso ficando evidente relação entre o personagem bíblico e o transtorno.
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Por muitos anos o Transtorno de Acumulação foi compreendido como uma variação do o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e não era um diagnóstico especificado nas classificações de transtornos mentais como a Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial de Saúde (OMS) ou o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) da Associação Psiquiátrica Americana (APA). Entretanto, evidências acumuladas nos últimos 20 anos sugerem que o Transtorno de Acumulação é um transtorno que tem diferenças em relação ao TOC, apesar de ser classificado como pertencente ao grupo dos Transtornos Obsessivo compulsivos (FONTENELLE & GRANT, 2014; SCHMIDT et al, 2014).
A quinta edição do DSM (DSM-5) datada de 2013 inclui o Transtorno de Acumulação e é descrita como uma “Dificuldade persistente de descartar ou de se desfazer de pertences, independentemente do seu valor real” e que esta “(...) se deve a uma necessidade percebida de guardar os itens e ao sofrimento associado.”. A dificuldade em descartar resulta na “acumulação de itens que congestionam e obstruem as áreas em uso e compromete substancialmente o uso pretendido.” O DSM-5 sub classifica o Transtorno de Acumulação em três subtipos: “Com insight bom ou razoável”; “Com insight pobre” Ou “Com insight ausente”, referindo-se à consciência de morbidade. (American Psychiatric Association, 2013).
A Classificação Internacional de Doenças (CID) da OMS incluiu em sua última edição (11ª) o Transtorno de Acumulação. No momento, esta última versão da CID é disponível ainda somente em sua versão online e em inglês, e de acordo com a última assembleia da OMS (25/05/2019) foi aprovada para entrar em uso efetivo em 2022. O diagnóstico também está localizado no grupo de Transtorno Obsessivo Compulsivo e outros transtornos relacionados sob o nome de Transtorno de Acumulação e apresenta dois subtipos: O 6B24.0 - Transtorno de Acumulação com insight razoável ou bom. E o 6B24.1 - Transtorno de Acumulação com insight pobre ou ausente
Descrição da CID-11: “O transtorno de acumulação é caracterizado pelo acúmulo de objetos devido à aquisição excessiva ou dificuldade de descartá-los, independentemente de seu valor real. A aquisição excessiva é caracterizada por impulsos repetitivos ou comportamentos relacionados à acumulação ou compra de itens. A dificuldade em descartar bens é caracterizada por uma necessidade percebida de salvar itens e ansiedade associada a descartá-los. A acumulação de objetos resulta em espaços de vida tornando-se desordenados a ponto de que seu uso ou segurança sejam comprometidos. Os sintomas resultam em sofrimento significativo ou prejuízo significativo em áreas pessoais, familiares, sociais, educacionais, ocupacionais ou outras áreas importantes de funcionamento.” (tradução livre) (World Health Organization, 2018).
É bom ressaltarmos também que existe diferença entre os colecionadores e os acumuladores. Colecionar, a princípio, é um hobby, não é patológico. Os colecionadores costumam adquirir objetos que tenham aspectos em comum (sejam eles carros, chaveiros, selos, relógios, etc.) e tendem a organizar esses objetos racionalmente, ou seja, respeitando espaços, valores, e possibilidades práticas de aquisição. Os acumuladores, por sua vez, não conseguem ter essa visão racional e realmente perdem o autocontrole para adquirir ou se desfazer das coisas. Se os objetos de um colecionador se tornam excessivos ocupando espaços muito grandes ou gerando sofrimento intenso ao ter que se desfazer de algum(s) deles, essa pessoa pode vir a se tornar um acumulador compulsivo. Um comprador compulsivo pode também se tornar um acumulador, mas, a princípio, o foco é a aquisição do objeto. São sintomas muito próximos.
Mas como a Disposofobia ou Sindrome de Diógenes - a compulsão e mania de guardar e acumular coisas, pode afetar a saúde financeira da pessoa?
É importante ressaltarmos que quem tem a Disposofobia ou Sindrome de Diógenes, de fato, também pode ter sérios e drásticos problemas financeiros, pois acumular objetos e posses excessivamente, por adquirir objetos grátis, como amostras de produtos e panfletos, além da busca compulsiva gira por encontrar artefatos únicos e belos (para mostrar a sua originalidade aos outros), também pode ter uma relação com a compulsão por compras.
A compulsão por compras, também chamada de consumismo compulsivo ou, cientificamente, como oniomania ou oneomania, é um transtorno psicológico muito comum que tende a ser sinal de carências e dificuldade nos relacionamentos interpessoais. Pessoas que compram muitas coisas, que muitas vezes são desnecessárias, podem sofrer de problemas emocionais mais graves e devem procurar alguma forma de tratamento.
Esse problema, conforme pesquisas, afeta mais as mulheres que os homens e tende a aparecer por volta dos 18 anos de idade. Se não for tratado, pode causar problemas financeiros e trazer grandes prejuízos. Geralmente, estas pessoas saem para comprar coisas quando se sentem sozinhas ou decepcionadas com algo. A satisfação boa de comprar algo novo logo desaparece e então é preciso comprar outra coisa, tornando o ciclo vicioso.
O principal sintoma de oniomania é a compra de forma impulsiva e, na maioria das vezes, de bens supérfluos. Além disso, outros sinais e sintomas que podem indicar esse transtorno são:
· Comprar itens repetidos;
· Esconder as compras da família e amigos;
· Mentir em relação às compras;
· Recorrer a empréstimos bancários ou na família para compras;
· Descontrole financeiro;
· Fazer compras com o objetivo de lidar com as angústias, tristezas e preocupações;
· Sentimento de culpa após compras, mas que não impede de comprar novamente.
Muitas pessoas que são consumistas compulsivas compram na tentativa de terem sensação de prazer e bem-estar e, dessa forma, consideram as compras como um remédio para as tristezas e frustrações. Por conta disso, a oniomania pode passar muitas vezes despercebidas, só sendo notada quando a pessoa possui enormes problemas financeiros.
Existem diversas maneiras de tratar a Disposofobia ou Sindrome de Diógenes como:
· Recomenda-se iniciar procurando a ajuda de aconselhamento financeiro, com a consultoria financeira. Especialistas em educação financeira e finanças são profissionais formados e experientes na área financeira, altamente capazes de ajudar as pessoas a organizar e controlar as suas finanças e também a traçar estratégias para planejamento financeiro a curto, médio e longo prazos. A educação financeira, mudança de mentalidade, hábitos e comportamentos o ajudará a lidar com sua situação financeira e existem muitos métodos eficazes para esse processo, por intermédio da consultoria financeira pessoal. Em diversos casos, muitas pessoas nos estágios iniciais da situação financeira, tem resultados positivos com o controle financeiro, pois o ato de começar a cuidar das finanças pode ajudar a impedir que a situação se deteriore, começando a recuperar o controle de suas finanças, lutando contra seus desejos de ignorar o problema, enfrentando quaisquer causas subjacentes, como a dívida e falência por exemplo.
· Praticar técnicas de relaxamento para aprender a controlar e impedir que a situação assuma o controle.
· As práticas integrativas e complementares de saúde – PICS, são formas eficazes de tratamento para essa situação.
· A terapia é uma opção que pode descobrir uma causa anteriormente desconhecida para a situação, ou uma origem inconsciente profundamente enterrada que pode ser tratada.
· É recomendado também a terapia em grupos de apoio financeiros, como acontece como os alcoólicos anônimos e dependentes de drogas. Os grupos de apoio financeiros, ajudam muito as pessoas a cuidarem de qualquer assunto relacionado a problemas e situações financeiras que afetam a saúde financeira.
· A hipnoterapia, regressão e hipnose é usada para encontrar uma razão para a situação ou modificar os sentimentos da pessoa em relação ao objeto temido, ajudando o doente a enfrentar a situação ou qualquer número de outras aplicações.
· Um tratamento bem conhecido para essa situação é chamado de terapia de exposição, um método no qual o indivíduo é lenta e gradualmente exposto ao cenário de que tem certa sensibilidade em uma situação controlada. Com o tempo, isso ajuda a pessoa a desenvolver uma tolerância e a se tornar insensível a uma situação que normalmente seria intensamente estressante.
· A medicação pode ser usada para controlar a ansiedade severa e ajudar o indivíduo a viver uma vida diária mais normal. Na maioria das vezes, porém, os medicamentos servem apenas para encobrir os sintomas e não ajudam a controlar o próprio medo subjacente.
Recomenda-se que quem tem a Disposofobia ou Sindrome de Diógenes, procure uma ajuda especializada com profissionais formados e experientes como psicólogos, terapeutas e psiquiatras e faça um tratamento.
Interessante né pessoal?! Entendendo a Disposofobia ou Sindrome de Diógenes, fica mais fácil cuidar da sua saúde financeira, não é mesmo?!
Esperamos que você tenha gostado das nossas dicas!
Atenciosamente,
Equipe do Box Financeiro
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