Será doença, mau-caratismo, crometofobia ou excesso de egoísmo? Quem não conhece pessoas avarentas, aquelas que não abrem a mão nem para dizer tchau?
As denominações são muitas: avarenta, sovina, mesquinha, somítica, tacanha, pão-duro, mão-de-vaca, unha-de-fome, muquirana, entre muitos outros. Estes são péssimos adjetivos para se dar a uma pessoa, no entanto muitas carregam consigo estes “apelidos”.
De fato, ninguém gosta de estar na companhia de pessoas avarentas porque, a primeira impressão que elas passam, é a de um egoísmo exacerbado. Mas ao mesmo tempo, elas são mesquinhas também com elas próprias.
Mas será que essas pessoas têm noção da avareza delas? Será que ser avaro é uma doença?
A palavra avareza deriva do latim avaritia e significa apego extremo ao dinheiro, medo ou restrição excessiva em dar e em gastar, sendo considerado, um dos sete pecados capitais.
Avareza é a particularidade, a característica da pessoa avarenta, aquela que não consegue ser generosa ou demonstrar generosidade.
A avareza é o mais estúpido dos pecados capitais porque o avarento goza de uma possibilidade, ou de um poder, que nunca se realiza.
Essas pessoas avarentas muitas vezes podendo dar, preferem guardar, impossibilitando para si mesmas o desfrute de uma vida abundante.
Interessante notar, todavia, que a avareza não é uma característica exclusivamente humana. Pois trata-se de uma questão de sobrevivência para todas as espécies.
A avareza está ligada à dificuldade e ao medo de perder algo que se possui, como bens materiais ou recursos. Assim, o avarento é aquele que está sempre prevendo perdas, evitando a todo custo usar ou dar coisas por temer a falta. Nem sempre, porém isso é de todo ruim, na natureza por exemplo, o egoísmo é um mal necessário.
Mas é importante frisar que a necessidade é diferente de ganância. De certo modo, e em certa medida, a avareza constitui uma característica importante para a preservação das espécies. Mas com o ser humano é diferente.
A consciência do egoísmo e da avareza é exclusiva do homem, pois nem mesmo os macacos, as baleias, os golfinhos e quaisquer outros animais com cérebros bastante desenvolvidos, têm a mesma consciência da avareza que o homem tem.
Por exemplo, um pato de verdade jamais poderia nadar numa piscina de moedas como a do Tio Patinhas, mesmo que a piscina fosse cheia dos seus alimentos prediletos.
Só um humano é capaz de juntar coisas que, na prática, não há necessidade imediata de ter. Um animal, por exemplo junta recursos e os economiza na medida do saudável, na medida da sua preservação. Isso porque, os animais vivem o agora, já o homem confabula o futuro.
A principal característica de um economizador patológico é o fato de que o seu exagero em economizar não tem motivo, razão lógica ou objetiva.
Por exemplo: se há uma situação de guerra onde a escassez de alimento é uma possibilidade plausível, existe uma razão lógica em estocar comida. Se uma pessoa perdeu o emprego e precisa economizar pois não sabe quando encontrará outro trabalho, há uma razão lógica e inteligente no sentido da sobrevivência. Mas muitas pessoas vivem nas melhores das condições presentes, com ótimas perspectivas futuras e, mesmo assim, querem economizar pois sentem um medo infundado de falta.
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As características de uma pessoa avarenta são:
· Evita fazer gastos que poderia tranquilamente fazer, sem que sua sobrevivência seja prejudicada;
· Tem rendimentos sólidos e uma posição estável, o que lhe permite uma vida economicamente estável, mas vive negando essa estabilidade;
· Usa as mesmas coisas durante anos, mesmo coisas que não funcionam bem ou que são velhas, só para não gastar comprando outras;
· Economiza tudo, evita o uso de bens como telefone e tem mania de apagar todas as luzes mesmo em situações que precisaria destes bens;
· Compra produtos dos mais baratos no supermercado, mesmo que de qualidade inferior, quando pode comprar coisas melhores;
· Nunca convida ou oferece coisas às pessoas e, ao contrário, espera sempre ser convidado para não ter de gastar;
· Odeia presentear porque pensa ser um desperdício. tem gente que até guarda os presentes que ganha para dar a outras pessoas, só para não gastar;
· Tem aversão a dar, não conseguem ser generosas.
Na ciência existem dois tipos de avareza: aquela necessária à sobrevivência e a que trata do acúmulo desnecessário. A primeira garantiu a nossa presença na terra e é tão antiga quanto a própria vida. A segunda vem sendo estudada pela ciência, mas ainda não foi descoberta uma região específica no cérebro responsável pela avareza.
Quando a pessoa tem impulsos para praticar inveja, orgulho, ódio, gula, preguiça, luxúria e avareza, dez centros diferentes no cérebro são ativados. A maior parte deles está localizada no sistema límbico, responsável pelas emoções.
A principal característica de uma pessoa avarenta é o fato de ela reter quando pode dar, economizar quando pode gastar, ou seja, é a economia exagerada, mas sobretudo infundada, que diferencia o economizador racional do patológico.
Está no prazer a grande diferença entre um avaro e uma pessoa que economiza porque quer viver uma vida mais simples, minimalista, porque de fato está buscando a simplicidade das coisas, e é feliz desse jeito.
Pessoas simples podem ser gratas, solidárias e muito generosas. Já o avaro é aquele que nega prazer a si e ao próximo. É aquele que tem condições de viver de uma forma melhor e mais confortável, mas nega tudo porque não sabe viver, não sabe ser feliz.
Estima-se que pessoas avarentas utilizam de três pontos:
Boicote à felicidade: Acredita-se que uma pessoa avarenta não apenas economiza bens e recursos, mas também o prazer e a alegria, pois o dinheiro proporciona prazeres. Não é por não ter dinheiro a razão de muitos avaros em guardar e em economizar, é guardar só por guardar, é um boicote inconsciente ao direito de viver e de usufruir da abundância que têm. É como se usufruir dos bens materiais fosse um pecado, como se fosse melhor ser um avaro que ser um perdulário (um esbanjador).
Medo de um dia faltar: É comum que pessoas que tenham passado por grandes privações na vida, mantenham sempre o estado de alerta para não passarem miséria de novo. O medo da pobreza causa uma reação de extrema sobrevivência naqueles que viveram a fome e a miséria. Assim, elas guardam para garantir um futuro, mesmo que já tenham conseguido guardar o suficiente para nunca mais passarem necessidade. Infelizmente o medo de algo faltar pode desnecessariamente ser passado de geração em geração. Avós que viveram a guerra ensinaram seus filhos que, por suas vezes ensinaram os netos, a preocupação de que sempre alguma coisa pode faltar. Cria-se assim gerações de pessoas medrosas que nunca viveram nem a fome, nem a guerra, nem a miséria, mas foram ensinadas a estar sempre em estado de alerta com medo da falta. Assim, para se defenderem de uma falta que na verdade não existe, elas acumulam, pois o acúmulo é uma forma de se precaver contra essa ameaça.
Questão de hormônios: A avareza também pode estar relacionada aos hormônios testosterona e ocitocina. De acordo com um estudo realizado pelo Departamento de Economia da Universidade Graduada de Claremont (EUA), em 2009, a mulher é mais generosa que o homem. A diferença entre os gêneros poderia ser uma questão dos hormônios: testosterona e ocitocina. A ocitocina é um hormônio mais comum nas mulheres e estimula a generosidade, tanto que é considerada o hormônio do amor e da empatia. Já a testosterona é prevalente nos homens. Apesar de na vida conhecermos mulheres sovinas e homens generosos, o estudo chegou à constatação destas diferenças através de testes realizados com estudantes, que receberam concentrações de testosterona em gel ou placebo, enquanto outros receberam apenas o gel sem o hormônio. Após o período de aplicação, os grupos foram submetidos a um jogo de computador onde teriam que partilhar quantias em dinheiro. Foi constatado que os participantes com maior quantidade de testosterona no sangue eram 27% mais egoístas do que os outros. O mesmo teste foi feito com gel de ocitocina e o resultado foi que a generosidade dos participantes que receberam esse hormônio aumentou em 80%.
É essencial ressaltarmos que uma das formas mais seguras de se obter a tão desejada felicidade na vida, é através da generosidade, da gentileza, da gratidão e da solidariedade. Palavra da ciência: É a gratidão às coisas da vida (e não a avareza delas por medo de perdê-las) que nos dá o poder transformador da prosperidade.
Pesquisadores e estudiosos relatam que uma criança carente de amor hoje, pode ser um avarento amanhã. O que vai definir se o sujeito será um avarento ou um gastador compulsivo é a história de vida dele. Os avarentos sentem necessidade de acumular e guardar. E têm dificuldade para compartilhar. É muito provável que isso tenha relação com a história de vida dessas pessoas.
Não se trata apenas de apego ao dinheiro, mas sim de perder o que se tem. O comportamento avaro é uma consequência da privação de afeição e acolhimento. Ou seja, o apego às coisas tem a ver com a nossa história amorosa, principalmente da infância, de como fomos criados: se com abundância ou com economia de amor, atenção e carinho; se com segurança, ou com medo de perder coisas.
É muito, mas muito difícil, “denunciar” um avaro. Geralmente as pessoas se afastam pois dizer na cara que a pessoa é mesquinha é bem complicado. É preciso ter empatia e gostar da pessoa, esperando poder ajudá-la, falando com muito jeito do que se trata.
Geralmente, se ninguém fala nada, os avarentos só se darão conta de serem o que são quando as pessoas próximas começam a se afastar, quando sua vida social começa a balançar, perde amigos, não encontra parceiros, afinal, quem quer se relacionar com um avaro?
Reconhecer o problema é o primeiro passo e muitos avaros não se acham muquiranas porque se enxergam, de fato, em uma situação de precariedade. Acreditam que precisam guardar e economizar sem haver uma justificativa lógica para isso.
É essencial aprenderem a limparem seus olhos dessa névoa obscura, para entender as razões para esse tipo de comportamento, e descobrir como ter o controle sobre o medo da perda, seja ela econômica que afetiva. É necessário querer e estar disposto para a mudança, afinal, afeto não é coisa que se guarde para se ter mais tarde.
Assim como não gastam com dinheiro, com objetos, com presentes, pessoas avarentas não são generosas em nenhum outro aspecto da vida. Elas economizam amor, afeição, tudo. Presos em seus próprios medos, os avaros podem ser alguém com depressão, fantasias de catástrofe, ansiedade, etc.
Geralmente, o avarento termina sua vida sozinho e com uma grande fortuna guardada, a qual vai parar nas mãos de uma pessoa qualquer porque parentes e amigos viraram desafetos em suas vidas.
A avareza é uma característica comum na biologia, mas não deve ser considerada normal se ela for algo que atrapalha o próprio desenvolvimento e o relacionamento com as outras pessoas.
Todos nós temos ou tivemos algum tipo de avareza em nossas vidas: não querer compartilhar certas coisas, ter xodó com alguns objetos e ciúmes de alguns objetos.
Mas, se estamos enquadrados em todas, ou em várias, características citadas acima, é melhor ligar o alerta e buscar ajuda. Afinal, para quê dinheiro se não tivermos com quem compartilhar os benefícios que ele proporciona? Para quê dinheiro se não temos educação financeira para planejar a vida em curto, médio e longo prazos para realizarmos os nossos sonhos e sermos felizes, prósperos e saudáveis?
De fato, a maioria das pessoas avarentas procura ajuda só por recomendação de familiares, amigos ou por recomendação médica.
Existem diversas maneiras de cuidar da avareza como:
· Recomenda-se iniciar procurando a ajuda de aconselhamento financeiro, com a consultoria financeira. Especialistas em educação financeira e finanças são profissionais formados e experientes na área financeira, altamente capazes de ajudar as pessoas a organizar e controlar as suas finanças e também a traçar estratégias para planejamento financeiro a curto, médio e longo prazos. A educação financeira, mudança de mentalidade, hábitos e comportamentos o ajudará a lidar com sua situação financeira e existem muitos métodos eficazes para esse processo, por intermédio da consultoria financeira pessoal. Em diversos casos, muitas pessoas nos estágios iniciais da situação financeira, tem resultados positivos com o controle financeiro, pois o ato de começar a cuidar das finanças pode ajudar a impedir que a situação se deteriore, começando a recuperar o controle de suas finanças, lutando contra seus desejos de ignorar o problema, enfrentando quaisquer causas subjacentes, como a dívida e falência por exemplo.
· Praticar técnicas de relaxamento para aprender a controlar e impedir que a situação assuma o controle.
· As práticas integrativas e complementares de saúde – PICS, são formas eficazes de tratamento para essa situação.
· A terapia é uma opção que pode descobrir uma causa anteriormente desconhecida para a situação, ou uma origem inconsciente profundamente enterrada que pode ser tratada.
· É recomendado também a terapia em grupos de apoio financeiros, como acontece como os alcoólicos anônimos e dependentes de drogas. Os grupos de apoio financeiros, ajudam muito as pessoas a cuidarem de qualquer assunto relacionado a problemas e situações financeiras que afetam a saúde financeira.
· A hipnoterapia, regressão e hipnose é usada para encontrar uma razão para a situação ou modificar os sentimentos da pessoa em relação ao objeto temido, ajudando o doente a enfrentar a situação ou qualquer número de outras aplicações.
· Um tratamento bem conhecido para essa situação é chamado de terapia de exposição, um método no qual o indivíduo é lenta e gradualmente exposto ao cenário de que tem certa sensibilidade em uma situação controlada. Com o tempo, isso ajuda a pessoa a desenvolver uma tolerância e a se tornar insensível a uma situação que normalmente seria intensamente estressante.
· A medicação pode ser usada para controlar a ansiedade severa e ajudar o indivíduo a viver uma vida diária mais normal. Na maioria das vezes, porém, os medicamentos servem apenas para encobrir os sintomas e não ajudam a controlar o próprio medo subjacente.
Recomenda-se que quem tem avareza, procure uma ajuda especializada com profissionais formados e experientes como psicólogos, terapeutas e psiquiatras e faça um tratamento.
Interessante né pessoal?! Entendendo a avareza, fica mais fácil cuidar e ter saúde financeira, não é mesmo?!
Esperamos que você tenha gostado das nossas dicas!
Atenciosamente,
Equipe do Box Financeiro
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