Todos sabemos que a cada dia, novos produtos são lançados no mercado e os profissionais de marketing e publicidade trabalham incansavelmente para que os itens cheguem e despertem na mente humana o desejo pela aquisição. Porém, em algumas pessoas isso não é necessário, pois farão a compra por mero impulso. O nome disso é vício em compras é Transtorno do Comprar Compulsivo – TCC, também conhecida por "oniomania ou oneomania", a doença do consumismo, e saiba que é considerada uma grave doença.
Saber identificar quando a pessoa se torna um comprador compulsivo é o primeiro passo para buscar tratamento. Porém, até chegar a este reconhecimento, muitas complicações já podem ter ocorrido antes, como o endividamento, falência, depredação de patrimônio, problemas sociais entre outros.
De fato, o ser humano é movido pelo desejo. A busca constante pelo prazer, pelo desejo ou sonho há milhares de anos movimenta a raça e a torna diferente das demais espécies animais. E as compras geram este prazer no cérebro humano, de ter acesso a algo e que poderá chamar de seu. Seja pelo simples desejo de possuir ou de se diferenciar perante a sociedade.
Porém, quando este desejo de ter algo supera a necessidade e torna-se um impulso doentio, vira uma compulsão. No vício por compras a pessoa passa a sentir um desejo incontrolável de consumir sem ter objetivos ou necessidade, apenas a compra pela compra. O resultado posterior à aquisição é um sentimento de culpa e que causa um enorme mal-estar, diante da visão de que cometeu algo errado.
Como é algo que foge da vontade humana, o vício em compras é caracterizado como um distúrbio de impulso. Ele causa sofrimento ao paciente que sofre deste mal, tanto psicológico quanto físico, já que poderá trazer enormes prejuízos financeiros, dívidas, cobranças, e que inclusive poderão acarretar surgimento de outras doenças, como a depressão.
A compulsão por comprar costuma vir acompanhada de ansiedade e já pode ser fruto de uma depressão, quando são caracterizadas como uma comorbidade. Os momentos de vício são caracterizados por momentos de euforia ou de mania em pessoas com transtorno bipolar, mas não se pode caracterizar como compulsão.
Além disso, o vício em comprar pode estar ligado ou então transformar-se em outras compulsões, como por comida, por jogos, por sexo, entre outros.
O vício em compras foi considerado uma doença apenas na década de 1980. Atualmente, ainda não há estudos conclusivos que comprovem como surge esta doença, mas ela tem algumas possibilidades. Entre elas, está a relação com a história comportamental da família, que conta com outros distúrbios e falta de controle dos impulsos.
Outro fator está ligado à genética, com pesquisas indicando que alterações nas enzimas chamadas de mao apresentam alto grau de gratificação e recompensa em seus portadores. Neste caso, as pessoas estão sempre buscando a sensação de gratificação, que ocorre de forma intensa em seu organismo, gerando o vício durante o ato de comprar algo.
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Compras Compulsivas é classificado como um Transtorno do Controle do Impulso, onde “a característica essencial é a falha em resistir a um impulso, instinto, ou desejo de realizar um ato que é prejudicial ao indivíduo ou outras pessoas”, segundo a OMS - Organização Mundial da Saúde.
Critérios diagnósticos segundo o DSM-5 - Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria:
A. Uma preocupação mal adaptativa com comprar ou impulsos mal adaptativos de comprar, indicados por pelo menos um dos seguintes:
1. Preocupação frequente com comprar ou impulsos para comprar que são vivenciados como irresistíveis, intrusivos e/ou sem sentido
2. Compra frequentemente mais do que pode pagar, itens desnecessários ou compra por períodos de tempo mais longos que o pretendido.
B. As preocupações, impulsos ou comportamentos de comprar causam notável sofrimento, consomem muito tempo, interferem significativamente no funcionamento social ou ocupacional ou resultam em problemas financeiro (como endividamento ou falência).
C. O comportamento de comprar compulsivamente não ocorre exclusivamente em períodos de mania ou hipomania.
Conheça 09 perguntas que poderão identificar um portador de oniomania. Cinco ou mais critérios positivos são indicativos do transtorno:
1 – Você tem preocupação excessiva com compras?
2 – Você muitas vezes acaba perdendo o controle e comprando mais do que devia ou podia?
3 – Você percebeu um aumento progressivo do volume de compras e nas suas despesas?
4 – Você já tentou e não conseguiu reduzir ou controlar as compras?
5 – Você percebe se faz compras como uma forma de aliviar a angústia, tristeza ou outra emoção negativa?
6 – Você mente para encobrir o seu descontrole e as quantias que gastou com compras?
7 – Você tem ou teve prejuízos sociais, profissionais ou familiares em função das compras?
8 – Você tem problemas financeiros causados por compras?
9 – Você já se envolveu com roubo, falsificação, emissão de cheques sem fundos, ou outros atos ilegais para poder comprar, ou pagar dívidas?
Existem diversas diferenças entre um oneomaníaco e um consumista. O consumista se comporta de forma diferente de quem apresenta esse vício. Quem tem o transtorno sente-se eufórico na hora de comprar, mas não sente prazer algum depois da compra quando vê o que adquiriu. Por outro lado, a pessoa consumista compra algo que deseja, sente-se feliz e mostra suas aquisições.
O comprador compulsivo ou oneomaníaco, sofre com a compra feita. Tanto que sente vergonha do que adquiriu e esconde.
Quem sofre desse mal de comprar compulsivamente, sente euforia na hora da compra, mas não fica feliz com o que comprou. Sente-se culpado por ter gasto seu dinheiro e pode apresentar sinais como:
· omite o que comprou, bem como as dívidas feitas;
· tem divididas altas, geralmente bem superiores que o normal;
· compra itens sem necessidade e as vezes que nem precisava;
· arrependimento e frustração depois de comprar;
· sente necessidade de consumir a todo momento.
Em casos mais graves, a pessoa corre o risco de prejudicar as finanças pessoais e familiares, o que pode causar brigas e desentendimentos. Como fica endividada, pode acabar se prejudicando mais ainda quando recorre a empréstimos bancários, utiliza limites de cheque especial, usa os cartões de crédito de forma desenfreada e pega dinheiro emprestado.
Para identificar o problema, é essencial não julgar a pessoa e principalmente, saber diferenciar consumismo de consumo compulsivo. No dia a dia, tendemos a taxar aquele indivíduo que compra muito a ponto de endividar-se de consumista, comprador compulsivo ou compulsivo por compras.
Nesse caso, diferenciar os dois termos é essencial para saber identificar o mero consumista que compra exageradamente do consumista compulsivo, que é a pessoa que sofre de oneomania.
Podemos dizer que o consumista é fruto da sociedade atual, que torna as pessoas consumistas, pois vende a ideia de que comprar é sinônimo de felicidade. Mas agora, o que é consumo compulsivo? Aí sim estamos falando da doença.
Saiba diferenciar os dois termos antes de identificar se uma pessoa é consumista ou consumidora compulsiva. Atente-se para os sintomas, pois na maioria das vezes, a pessoa nem sabe que tem a doença.
Existem diversas maneiras de tratar o Transtorno do Comprar Compulsivo – TCC, também conhecida por “oniomania”, como:
· Recomenda-se iniciar procurando a ajuda de aconselhamento financeiro, com a consultoria financeira. Especialistas em educação financeira e finanças são profissionais formados e experientes na área financeira, altamente capazes de ajudar as pessoas a organizar e controlar as suas finanças e também a traçar estratégias para planejamento financeiro a curto, médio e longo prazos. A educação financeira, mudança de mentalidade, hábitos e comportamentos o ajudará a lidar com sua situação financeira e existem muitos métodos eficazes para esse processo, por intermédio da consultoria financeira pessoal. Em diversos casos, muitas pessoas nos estágios iniciais da situação financeira, tem resultados positivos com o controle financeiro, pois o ato de começar a cuidar das finanças pode ajudar a impedir que a situação se deteriore, começando a recuperar o controle de suas finanças, lutando contra seus desejos de ignorar o problema, enfrentando quaisquer causas subjacentes, como a dívida e falência por exemplo.
· Praticar técnicas de relaxamento para aprender a controlar e impedir que a situação assuma o controle.
· As práticas integrativas e complementares de saúde – PICS, são formas eficazes de tratamento para essa situação.
· A terapia é uma opção que pode descobrir uma causa anteriormente desconhecida para a situação, ou uma origem inconsciente profundamente enterrada que pode ser tratada.
· É recomendado também a terapia em grupos de apoio financeiros, como acontece como os alcoólicos anônimos e dependentes de drogas. Os grupos de apoio financeiros, ajudam muito as pessoas a cuidarem de qualquer assunto relacionado a problemas e situações financeiras que afetam a saúde financeira.
· A hipnoterapia, regressão e hipnose é usada para encontrar uma razão para a situação ou modificar os sentimentos da pessoa em relação ao objeto temido, ajudando o doente a enfrentar a situação ou qualquer número de outras aplicações.
· Um tratamento bem conhecido para essa situação é chamado de terapia de exposição, um método no qual o indivíduo é lenta e gradualmente exposto ao cenário de que tem certa sensibilidade em uma situação controlada. Com o tempo, isso ajuda a pessoa a desenvolver uma tolerância e a se tornar insensível a uma situação que normalmente seria intensamente estressante.
· A medicação pode ser usada para controlar a ansiedade severa e ajudar o indivíduo a viver uma vida diária mais normal. Na maioria das vezes, porém, os medicamentos servem apenas para encobrir os sintomas e não ajudam a controlar o próprio medo subjacente.
Recomenda-se que quem tem o Transtorno do Comprar Compulsivo – TCC, também conhecida por “oniomania”, procure uma ajuda especializada com profissionais formados e experientes como psicólogos, terapeutas e psiquiatras e faça um tratamento.
Ressaltamos ainda, que é importante não julgar a pessoa, pois ela mesma já se sente mal por ter desperdiçado seu dinheiro na compra de utensílios desnecessários. Lembre-se que o consumismo a esse patamar é doença e não irresponsabilidade ou falta de planejamento financeiro.
É fundamental o apoio familiar para a superação desse problema, compreendendo como uma doença e que precisa de tratamento, e não de preconceito ou críticas discriminatórias.
É essencial que o tratamento ensine o verdadeiro significado das compras, já que o portador da doença seguirá comprando, mas terá que aprender a conviver com isso de forma que não o afete mais. Para isso, sugere-se que o paciente passe a obter a “recompensa” para o organismo de outras formas, principalmente com o afeto de outras pessoas.
Cabe focar que gastar mais do que ganha não é uma doença. Nos casos dos consumistas que se endividam, o problema pode ser falta de planejamento financeiro e até mesmo irresponsabilidade.
O problema dos oneomaníacos está no fato de ter o vício em comprar e isso acaba levando ao endividamento mesmo se a pessoa se planejar financeiramente.
Oneomania, ou doença do consumismo, como alguns chamam, é um problema que pode afetar não só a pessoa que compra compulsivamente, mas a família e todos que convivem com ela. Saber diferenciar consumo compulsivo do consumismo “simples” é essencial para identificar quando o problema se tornou doença e procurar ajuda.
Apesar de alguns não entenderem como um vício e enxergá-lo apenas como falta de bom senso e zelo com o dinheiro, o problema é sério e precisa ser tratado para evitar que mais dinheiro seja gasto e mais dívidas sejam feitas, evitando inclusive a depredação de patrimônio e a falência.
Interessante né pessoal?! Entendendo o Transtorno do Comprar Compulsivo – TCC, também conhecida por “oniomania", suas causas e consequências, fica mais fácil cuidar da sua saúde financeira, não é mesmo?!
Esperamos que você tenha gostado das nossas dicas!
Atenciosamente,
Equipe do Box Financeiro
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